Comunicação amável: é permitido? Posso incomodar?

Comunique-se com gentileza: uma forma eficaz de ser ouvido.


Duas perguntas fundamentais que as empresas não fazem ao planejar suas estratégias de comunicação e presença nas redes sociais. Seth Godin teorizou que o marketing de permissão sempre deu importância à escuta, a esse vínculo empático entre você e os outros que o torna único, distinguível e, acima de tudo, aceito.

Pedir permissão para perturbar significa reconhecer que você não está sozinho e que os direitos dos outros estão no mesmo nível que os seus deveres. A comunicação de massa vertical e unidirecional perde sua eficácia total em uma rede social e deve ser transformada em comunicação horizontal, bidirecional e sobretudo adaptativa. Mas o que tenho visto nas redes sociais há algum tempo, tudo sem distinção, me faz pensar que os conceitos básicos do marketing de permissão, que nada mais são do que a expressão do bom senso e das boas maneiras, ainda estão muito longe de serem reconhecidos como verdadeiro e necessário.

Aviso! Isso não significa que não seja eticamente aceitável ou moralmente repugnante ter uma presença no Facebook, mesmo para fins comerciais. Quem afirma isso é louco! Mas também não significa que se deva encher as paredes dos outros com comunicações comerciais relacionadas com o seu negócio e acumular "likes" ou seguidores como se fosse quase uma questão de vida ou morte.

Porque, gostemos ou não, não é de todo verdade que ter 150 likes ou amigos ou seguidores significa boas conversões em termos de volume de negócios ou contactos reais e interessados. Você precisa de Engajamento.

Até 5 ou 10 podem ser suficientes.Nas redes sociais, o boca a boca vence e para alimentar o boca a boca é preciso não ser petulante, agressivo e intrusivo. Caso contrário, você acaba gritando consigo mesmo no espelho, fazendo com que seu vizinho o denuncie à polícia por perturbar a paz.

É preciso uma aldeia inteira para criar uma criança.
Provérbio africano

O grande sucesso do Facebook está todo aqui. Mark Zuckeberg entendeu que as pessoas precisam de auto-realização, de estima, reconhecimento, amizade e pertencimento. os 5 pontos de pirâmide di Maslow tanto no Facebook como no Twitter ou Linkedin são "absorvidos" de forma quase perfeita e gratuita. Não surpreende, portanto, que o fenômeno das redes sociais tenha explodido. No entanto, é surpreendente que os especialistas em comunicação não consigam perceber onde estão as vantagens competitivas e os métodos de aplicação, ou melhor, as regras do jogo.

Quando alguém me pergunta o que realmente significa se comunicar em uma rede social (melhor seria dizer "conversa"), sempre conto essa historinha em duas versões:

Versão nº. 1

Um dia, um pequeno empresário que fabrica bicicletas de corrida decide, para aumentar suas vendas, entrar em bares com uma pilha de folhetos debaixo do braço e gritar para todos que produz as mais belas bicicletas de corrida do mundo. Aqui está ele no primeiro compasso, entra e começa seu "sermão" berrante. Os fregueses do bar olham para ele atônitos e o barman bloqueia o empresário antes mesmo que este termine o show: “Desculpe, mas não estamos no mercado! Peço gentilmente que abaixe a voz! Se quiser, pode deixar alguns dos seus folhetos aqui num canto, no balcão, mas peço a gentileza de sair”.

Resultado? O empresário fez papel de bobo, o barman pega os folhetos deixados no balcão à noite e os joga na lixeira e os clientes do bar rotularam o empresário como um lunático selvagem pronto para uma visita psiquiátrica urgente. Essa barra está perdida. O empresário tem que mudar de bar.

Versão nº. 2

Um pequeno empresário que fabrica bicicletas de corrida decide, para aumentar suas vendas, dar importância ao relacionamento com as pessoas, mesmo aquelas, principalmente aquelas que ele não conhece. Um pouco de relações públicas nunca é demais. Em sua pequena cidade, os lugares públicos mais populares são os bares. Você se levanta, às 19,00h, quando há happy hour no Bar Manzoni, entra, pede um aperitivo e prova alguns pretzels. Fique aí, ouça e observe as pessoas. No dia seguinte a mesma coisa. O terceiro dia vai tomar café da manhã. No quarto dia ele volta à noite, há poucas pessoas e puxa conversa com o barman falando sobre o governo Monti, impostos, problemas do país, mulheres, motores, etc...

Passadas duas semanas à hora habitual, 19,00hXNUMX entra o empresário e o barman cumprimenta-o cordialmente: “O de sempre?”.

O empresário se aproxima do balcão e pede seu Sprizz de sempre. Vê um senhor ao seu lado bebendo o mesmo aperitivo e troca duas brincadeiras com ele. Dois bares tornam-se 4 e começamos a conversar… Chega o amigo do vizinho e de duas pessoas o grupo torna-se numeroso e reúne-se todas as noites às 19,00hXNUMX durante anos.

Durante um bate-papo, um dos clientes que se tornou amigo pergunta ao empresário: “Olha, eu devia dar uma bicicleta de corrida para o meu sobrinho. Eu sei que você tem uma fábrica, posso ir dar uma olhada?” "Certo!" O empresário responde. No dia combinado, o amigo aparece e escolhe a moto para presentear, paga e leva satisfeito.

O que acontece? Divulgue!

O amigo fala com outro amigo: “Sabe, comprei uma bicicleta de corrida do Paolo, o dono da fábrica de bicicletas e são MARAVILHOSAS! Ótimo preço, ótimo produto e meu sobrinho está muito feliz." Um amigo de um amigo aparece na fábrica do fabricante para comprar uma bicicleta também.

Desta forma forma-se um verdadeiro pacto fiduciário entre um amigo do fabricante de bicicletas e um amigo do cliente, baseado precisamente numa relação pessoal que por sua vez gera consenso e satisfação com o produto. Obviamente, o produto deve ser de excelente qualidade. Agora, porém, saia do bar e leve tudo isso para uma rede social de 800 milhões de pessoas como o Facebook. O potencial em termos relacionais, também e porque não comerciais, é ENORME. Isso é suficiente para entender como a "permissão" é uma ferramenta educada e civilizada para a comunicação de marketing, ao mesmo tempo em que dá vigor e peso à parte relacional.

Para fazer isso, você precisa de identificação de si mesmo, paciência, habilidades de relacionamento e liderança e, obviamente, um bom produto ou serviço. É preciso ser real, não trivial e, sobretudo, ter sempre em mente que o outro, aquele que te escuta, só o faz porque você pediu permissão para falar.

Concluindo

Voltemos às duas versões da mesma história: a primeira versão é a comunicação de marketing tradicional, com seus efeitos. A segunda é a comunicação gentil. Você escolhe!